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Como lidar com a politicagem na empresa

 

Se você está no mercado de trabalho há um tempo considerável, é provável que já tenha se deparado com um problema que atinge muitas empresas: a politicagem.

 

Nem sempre é fácil perceber, mas aos poucos os sinais tornam-se evidentes: bajulações, favoritismos, distribuição desigual das informações e outros jogos de interesses que podem se instalar no ambiente de trabalho.

 

No fundo, a politicagem é uma rede de afinidades e amizades, estabelecida por determinados grupos de pessoas, que tem como objetivo a obtenção vantagens no que se refere a cargos, pagamentos, bônus e outros aspectos do cotidiano das empresas.

 

Este tipo de prática é muito prejudicial para o desempenho da instituição, pois distorce a estrutura hierárquica formal e premia atitudes improdutivas. Quando a politicagem rege o funcionamento de uma organização, o bom trabalho em equipe vale menos do que as relações que deveriam ser de caráter privado.

 

Nesta situação, a comunicação entre os colaboradores é disfuncional e falta a confiança necessária à boa performance coletiva. A longo prazo, isso afasta os talentos da empresa, tira o engajamento dos colaboradores, e mina a criatividade e a inovação. No fim das contas, a politicagem impacta a própria performance financeira do negócio.

 

Os efeitos negativos verificam-se também na carreira de cada profissional. Aqueles que não participam dos jogos políticos perdem oportunidades importantes e não têm seu esforço reconhecido. O resultado é a desmotivação: "Por que vou me dedicar se o 'queridinho' do chefe vai receber a promoção?"

 

Por outro lado, quem se favorece da politicagem também tem prejuízos para a sua carreira. Essa pessoa deixa de se desenvolver como profissional, dando prioridade à bajulação. Ela pode ficar dependente desta estrutura informal e até mesmo causar danos permanentes à sua reputação no mercado.

 

O que você deve fazer, portanto, ao trabalhar em uma empresa com esse problema?

 

Em primeiro lugar, é preciso saber diferenciar a politicagem da habilidade interpessoal. Uma pessoa pode ter um bom relacionamento com seus superiores sem que haja falta de ética.

 

Fazer política na empresa também não é sinônimo de politicagem. Apesar da conotação negativa que tem ganhado nos tempos atuais, a política é a articulação que tem como objetivo o bem geral. A politicagem, por outro lado, tem como fim último o benefício particular de quem dela participa.

 

Feitas as diferenciações necessárias, e constatada a presença da politicagem na empresa, é preciso resistir à tentação de participar dos jogos de bajulação e manipulação. Ainda que possa haver vantagens no curto prazo, os resultados finais sempre serão negativos, como vimos anteriormente.

 

No entanto, é importante entender como funcionam as redes de influência na organização e saber em quem confiar, e quem está fora dos jogos de favoritismo. Essas pessoas podem ser boas aliadas em sua trajetória na empresa.

 

Outro fator essencial é não deixar que este tipo de situação tire sua motivação em realizar um bom trabalho. Não pode faltar empenho, mesmo quando os esforços parecem não ser reconhecidos.

 

Depois de algum tempo, a situação fica constrangedora para as chefias e elas são obrigadas a premiarem a dedicação, ainda que a contragosto. Além disso, é melhor ficar conhecido por ter dado o seu melhor, em qualquer cenário.

 

Cabe destacar também que a ética tende a se destacar, sobretudo em um ambiente marcado pela promiscuidade nas relações. Mais cedo ou mais tarde, caem as máscaras, e aquele que se manteve íntegro em todo o percurso não é esquecido.

 

Por fim, nos casos mais extremos, em que a politicagem se mostra incontornável e já se entranhou na estrutura da empresa, a melhor solução pode ser mesmo procurar outro emprego. O que não vale é contrariar seus princípios para crescer dentro da instituição.