Carreira acadêmica versus carreira corporativa

 

Escolher qual caminho seguir na vida profissional não é tarefa fácil. Por vezes, profissionais optam pelo tradicional, investindo na graduação e participando de programas de estágio e trainee e, quando veem, já estão totalmente adaptados à vida corporativa. Porém, outras pessoas investem na carreira acadêmica e, ao terminar a graduação, emendam uma especialização atrás da outra e, naturalmente, passam a ocupar as salas de aula compartilhando conhecimentos.

 

Há também aqueles que investem nas duas, durante o dia cumprem sua jornada em empresas e à noite lecionam. Esse é o caso da editora executiva de inglês da Richmond, Izaura Valverde que depois de 20 anos dedicados à educação, fez o caminho inverso, largando tudo para iniciar nova experiência no mundo corporativo. Para ela, dar aula lhe dava motivação e alegria, mas ao se deparar com uma nova oportunidade, percebeu o quão prazeroso e desafiador esse novo caminho poderia ser. “Comecei com trabalhos freelancer e por quatro anos acumulei as duas funções, até que recebi o convite para fazer parte da Richmond e, sem titubear aceitei, mesmo sabendo que teria de começar uma nova carreira e galgar degrau por degrau”, enfatiza.

 

De acordo com Izaura, todo o conhecimento adquirido ao longo dos anos como professora, coordenadora de ensino e até mesmo empreendedora, foram importantes para que conquistasse o espaço na editora. “O fato de ter passado pela sala de aula me ajudava muito a escrever. Eu sabia o que funcionava com os alunos, o que facilitava a criação de conteúdo para as publicações.”

 

Tanto a carreira corporativa quanto a acadêmica possuem vantagens e desvantagens e cabe ao profissional identificar seu lugar. Em comum, são oportunidades que exercitam a liderança, pois os líderes e os professores são fundamentais para estimular as pessoas, atuando como orientadores e facilitadores. Outro ponto importante refere-se ao mercado de trabalho, pois estão em alta os profissionais que acumulam o conhecimento adquirido na carreira corporativa e passam a compartilhar suas vivências em sala de aula.

 

Entusiasmada e feliz com a decisão de seguir nova carreira, Izaura revela algumas dicas de sucesso: “É preciso acreditar no que quer, não ter medo de recomeçar, mesmo com um cargo abaixo. É preciso também ter espírito de aprender, não ter medo de mudar”, encerra.

Oportunidade em outro país/cidade: o que avaliar?

 

Aceitar uma oportunidade de trabalho em outra cidade, ou mesmo outro país, pode ser a chance de mudança na carreira e a certeza de encontrar desafios pela frente. Diante do cenário político/econômico repleto de incertezas e com as possibilidades crescentes de atuação em outros países, profissionais têm recebido propostas para trabalhar em outras localidades, visando novos desafios em suas carreiras.

 

De início, a proposta até pode ser encantadora, mas é preciso analisá-la com cuidado antes de qualquer movimentação. Isso porque o processo de expatriação tem se tornado prática constante, mas exige cautela do profissional ao tomar a decisão, uma vez que envolve diferenças culturais, distância da família e ainda,  dificuldade com a língua.

 

Convidado para atuar no Brasil, Francisco Bartolozzi, gerente comercial do Uno Internacional (empresa da Santillana Brasil), antes de sair da Venezuela, avaliou bem as possibilidades, que segundo ele, exigiram desprendimento e resiliência. “Aceitei o desafio acreditando na possibilidade de crescimento dentro da empresa. Para isso, optei por deixar minha carreira construída ao longo de 20 anos para representar a qualidade do meu trabalho no Brasil. Deixei o meu cargo de diretor comercial para assumir, no Brasil, uma vaga de consultor comercial, e hoje, depois de quatro anos no País, já conquistei a posição de gerente comercial”, enfatiza.

 

Para Bartolozzi, o risco foi calculado pois acreditava na oportunidade de crescimento e que, com força de vontade e empenho, poderia reconquistar sua antiga posição. Mas, para obter sucesso, ele precisou enfrentar alguns desafios como lidar com a ausência de sua família (ficou afastado por quase dois anos) e também as dificuldades com a língua. “Nestes quatro anos que estou no Brasil já morei em cinco estados e senti muita diferença entre as regiões do País. Os primeiros seis meses, para falar, foram difíceis. Mas estou feliz e agradecido com a decisão que tomei”, avalia.

 

Não existe uma resposta exata sobre qual é o melhor caminho, no entanto, o profissional pode se fazer algumas perguntas, como: Quais são os riscos e as garantias dessa decisão? Qual é o meu plano de carreira? Ou, ainda, se a oportunidade já está estruturada ou terá que começar do zero? Para Bartolozzi, entretanto, existem algumas dicas de sucesso. “No primeiro momento, o profissional precisa avaliar se vale a pena a proposta e se optar por ir, vá sozinho. É difícil, mas com foco, ganhando segurança e estabilidade, traga a família. Hoje meu filho de cinco anos está bem adaptado e fala melhor o português do que eu”, encerra. 

Namoro no trabalho, pode?

 

Fato recorrente no dia a dia das empresas, o namoro no ambiente corporativo não é mais tabu, mas o tema tem exigido cada vez mais atenção às regras e ao bom senso para não prejudicar a vida profissional. Graças à convivência diária, é natural despertar sentimentos, amizades e, inclusive, paixões, mas cabe aos profissionais saber conduzir a situação, pois a forma de lidar poderá ser decisiva para definir o futuro da relação ou mesmo da carreira.

 

Isso porque, em sua maioria, as empresas possuem códigos de ética que não proíbem, mas orientam quando o assunto é relacionamento amoroso, como revela a coordenadora de RH da Santillana Brasil, Renata Pires Alecrim. Em geral, na companhia, os relacionamentos são entre pessoas de áreas diferentes, mas caso sejam do mesmo departamento, há uma cláusula do código de ética e conduta que se chama “conflito de interesses” que trata do assunto. “Nunca tivemos qualquer problema com situações de falta de bom senso ou coisas do gênero. Os casais costumam ser discretos, separam bem o profissional do pessoal”, enfatiza.

 

Prova disso é o casal Elisangela Gonçalves Marques, analista de contas a pagar, e Herculano Lenhares Marques, analista de RH, que se conheceram na Santillana Brasil. Hoje estão casados e creditam a felicidade à empresa e aos colegas, por terem apoiado quando souberam. Para Herculano, o sucesso no relacionamento foi possível porque o casal esteve atento a alguns pontos: Levamos em consideração que poderíamos nos expor por nossas atitudes, então, procuramos não confundir trabalho com lazer, não deixar o relacionamento atrapalhar o trabalho no dia a dia, conversávamos somente o necessário dentro da empresa, buscando sempre sermos discretos”, declara.

 

A coordenadora de RH faz um alerta sobre os envolvimentos. Sempre orientamos que os envolvidos informem a seus gestores imediatos sobre o relacionamento, isso é bastante importante”. De acordo com Elisangela, no princípio, o casal teve medo de revelar, mas ao contar aos seus superiores, notaram apoio e compreensão. Para ela, mesmo se houvesse resistência por parte da companhia, o relacionamento aconteceria. Podemos trabalhar em várias empresas, mas encontrar o amor dentro de uma delas, isso é destino”, encerra emocionada. 

Mais de 50 anos: como voltar ao mercado de trabalho?

 

Não é de hoje que os profissionais têm enfrentado dificuldades para conquistar uma vaga no mercado de trabalho e para aqueles com mais de 50 anos, a busca pode ser ainda mais complicada. Mas, contrariando o senso comum, o mercado tem valorizado essas pessoas muito em razão do aumento da expectativa de vida, uma vez que hoje, uma pessoa com mais de 50 anos ainda é considerada jovem e produtiva.

 

Muitas vezes, os profissionais não valorizam sua capacidade ou, no sentido inverso, potencializam seu histórico profissional, passando a fazer diversas exigências no momento de buscar um novo emprego. E agindo dessa forma, naturalmente, encontram dificuldades de se recolocar no mercado. Especialistas afirmam que é preciso resiliência e estar disposto a participar de entrevistas para empregos temporários ou até mesmo aqueles que não interessem muito.

 

Um ponto que precisa de atenção, são os profissionais que construíram carreiras de mais de 20 anos em empresas e, ao sair, se deparam com a realidade do mercado e a falta de atualização. Outros, porém, optam por empreender e construir seu negócio, colocando em prática todo o conhecimento adquirido ao longo da vida.

 

O desafio existe, mas investindo em algumas dicas, os profissionais com mais de 50 anos podem ter sucesso e conquistar o desejado retorno ao mercado de trabalho. Confira:

 

  • Atualização – Participe de cursos e treinamentos na área, pois, além de renovar conhecimentos, são importantes fontes de relacionamento com novos contatos.
  • Online – Utilize a Internet a seu favor para aprender novas técnicas e estar sempre por dentro do que acontece na sua área.
  • Networking – Invista em perfis nas redes sociais como forma de estar em contato com pessoas já conhecidas e aumentar ainda mais a sua rede de relacionamento profissional.
  • Currículo – Elabore e mantenha o currículo revisado; explore sua trajetória profissional, enfatizando suas principais conquistas e seus desafios.
  • Aparência – O visual é o seu cartão de visita e para causar boa impressão, mantenha o cabelo arrumado, a barba e as unhas feitas.
  • Idade – Muitas vezes está relacionado ao seu estado de espírito, mas jamais minta a sua idade. Por isso, revele a sua experiência, esteja disposto a aprender e mostre que o empregador terá muitas vantagens ao contratá-lo. 

Discussão política no ambiente de trabalho

 

 

O ambiente corporativo é formado por diversos tipos de profissionais, com características únicas e opiniões divergentes. Diante do cenário do país, em que se evidencia a todo momento o assunto relacionado à política, os debates têm sido uma realidade e chegado aos departamentos dividindo opiniões. Mas surge uma questão: Será, o ambiente de trabalho, um local adequado para discutir o assunto?

 

Com o convívio diário e as novidades expostas nas redes sociais ou portais de notícia, é natural o tema vir à tona, mas, de acordo com alguns profissionais de etiqueta corporativa, o ideal é evitar discussões acaloradas. Isso porque é possível se deparar com opiniões contrárias, inclusive do próprio gestor. O importante é manter a educação e o respeito à opinião dos demais. Caso contrário, a imagem do colaborador pode ficar prejudicada no ambiente de trabalho.

 

Assim como manter uma opinião intransigente pode atrapalhar, o profissional que não se expressa pode ser visto como pessoa alienada ou sem assertividade. Nessas horas, o melhor é agir com bom-senso e, se não quiser se envolver, apenas revele o seu conhecimento sobre o assunto e seja abrangente.

 

Para preservar a boa imagem profissional, confira algumas dicas de como lidar com conflitos ideológicos:

 

  • Antes de tudo - Aprenda a conviver com as diferenças, cultivando o respeito.
  • Durante a discussão - Ouça uma opinião diferente, mas não tente convencer os outros quanto à sua posição. Da mesma forma que você não precisa se deixar convencer.
  • Seja profissional - Saiba separar a opinião política do seu colega e as tarefas. Evite que as questões ideológicas afetem as atividades internas dificultando o trabalho.