Preconceito? Eu?

 

O Brasil é um país de muitos contrastes. Nos 8,5 milhões de quilômetros quadrados do nosso território é possível encontrar um pouco de tudo, convivendo lado a lado, às vezes em harmonia, outras em confronto.

 

O lado bom deste cenário está na diversidade de gênero, étnica, religiosa e muitas outras, que não se vê em alguns outros países.

 

No entanto, nem sempre as diferenças são deixadas de lado em favor da igualdade de direitos e de oportunidades. É aqui que aparecem os preconceitos.

 

Muitos falam que o Brasil não é preconceituoso, mas a prática social não confirma esta afirmação. Ao contrário, muitos grupos de características semelhantes reclamam maior respeito e menos diferenciação, exatamente pelo fato de sentirem a discriminação em seu cotidiano.

 

Isto acontece em várias esferas sociais, inclusive no mundo dos recursos humanos, onde as exigências em algumas contratações extrapolam o limite do razoavelmente aceitável.

 

Como exemplo, encontramos algumas empresas que não contratam mulheres pelo simples fato delas poderem ficar grávidas e saírem em licença maternidade, o que é um direito adquirido e assegurado por Lei.

 

Apesar de não ficarem explícitos os filtros restritivos para a seleção de candidatos e as contratações, eles existem também para os limites de idade impostos aos extremos da carreira, quando os muito jovens e os muito experientes são rejeitados, religião, raça, instituição de ensino frequentada, tempo de permanência na mesma empresa, local de moradia e mais algumas condições.

 

Existe sentido nestes preconceitos? Nenhum. Nada justifica eliminar um bom candidato por uma crença ou por sua cor. Existem profissionais competentes que frequentaram escolas públicas e bandidos de colarinhos brancos que cursaram escolas particulares de primeira linha. Há jovens super talentosos e idosos extremamente eficazes.

 

Mas a quem se pode atribuir a responsabilidade pela persistência de atitudes preconceituosas dentro das empresas? Ao RH, à presidência, aos gestores? A verdade é que todos devem se policiar e fazer seu papel com profissionalismo para que isso não aconteça.

 

Muitas vezes a área de recursos humanos não se posiciona de forma mais enfática para indicar um candidato com qualidades e perfil para a vaga, diante das restrições apresentadas pelo requisitante da área.

 

Em outros casos, presidentes e gestores impõem suas visões distorcidas da realidade sobre os fatos apresentados pelo RH e insistem em suas teorias segregacionistas.

 

O fato é que estas atitudes geram perdas e prejuízos a todos os envolvidos: os candidatos que continuarão sem emprego, os requisitantes que abrem mão de alguns talentos e a própria empresa, que atrasa o seu desenvolvimento pela ausência da diversidade que é sempre enriquecedora e complementar.

 

Está mais do que na hora de repensar os seus valores!

Ter um hobby melhora seu lado profissional

 

Trabalhar é fundamental, mas não pode ser a única ocupação do ser humano. Para uma vida mais saudável é preciso mesclar o tempo entre os compromissos profissionais e as atividades que permitem direcionar o físico e a mente para o combate ao estresse.

 

Uma agenda superlotada de responsabilidades tem se tornado constante, não só para altos executivos, mas também para líderes de média gerência e funcionários administrativos. O que muitos não percebem é que se não forem reservados espaços de tempo para se envolver com algo que desligue a mente profissional, a produtividade e a criatividade ficarão comprometidas.

 

Muitos se dedicam a um hobby, outros à prática de esportes, alguns se voltam para a leitura, para a culinária, entre várias alternativas. As opções são muitas, mas o mais importante é fazer algo com o qual você se identifique de verdade e que lhe dê prazer.

 

O que é muito interessante é que essas atividades paralelas ao trabalho proporcionam ensinamentos complementares que serão levados ao cotidiano e transformam o praticante em um profissional muito melhor.

 

O presidente da Unisys – empresa de tecnologia, Maurício Cataneo, tem se dedicado seriamente ao judô, uma paixão que ele cultiva há muito tempo. Só que agora, com mais maturidade, ele percebeu que esta arte marcial lhe oferece alguns aprendizados que ele aplica integralmente na sua empresa: resistência e resiliência, para suportar os golpes, cair e seguir em frente; foco, para atingir seus objetivos apesar das dificuldades; e estratégica, para utilizar a força do adversário para definir seus próprios contragolpes.

 

Com a prática de esportes coletivos aprende-se a atuar de forma colaborativa em equipe, nos jogos de mesa incorporam-se os raciocínios abstratos, nas atividades radicais acostuma-se a administrar os riscos e com os trabalhos manuais entende-se qual o poder que está por trás da concentração e da disciplina.

 

Portanto, dedicar parte do seu tempo a compromissos com você mesmo não é apenas uma forma de cuidar da sua saúde física e mental, mas também de levar para a sua profissão comportamentos positivos que ajudem a desenvolver sua carreira.

Depressão: uma doença que pode ser evitada

 

Durante um bom tempo, qualquer pessoa que assumisse publicamente estar estressada ouviria um comentário preconceituoso como “isso é frescura; bobagem; fraqueza” e outras expressões vazias desse tipo.

 

Este cenário vem mudando gradativamente, embora de forma ainda muito lenta, especialmente nas empresas. O que os profissionais da saúde têm divulgado cada vez mais são estatísticas alarmantes e que preocupam empregadores, empregados, as famílias, o país e as organizações dedicadas à recuperação e manutenção da sanidade mental da população ao redor do mundo.

 

Dados recentes da London School of Economics mostram que os prejuízos causados pela depressão, relacionados à produtividade reduzida, chegam a U$ 246 bilhões entre todos os países. No Brasil, a OMS – Organização Mundial de Saúde estima que as perdas somam U$ 63,3 bilhões por ano.

 

Pensando apenas nos negócios, já é possível deduzir que a depressão deve ser tratada com muita atenção para melhorar o desempenho econômico. Quando olhamos para as pessoas, fica ainda mais claro que todo cuidado ainda será pouco para cuidar do bem-estar de todos: tanto o deprimido, quanto quem convive com ele.

 

Como a maior parte do dia passamos dentro da empresa, o trabalho está entre as maiores causas de depressão, especialmente nas organizações onde o clima interno e a estrutura operacional não privilegiam o ser humano e suas necessidades.

 

Fundamental é não ignorar alguns indícios e ficar atento para identificar em você, ou nos integrantes da sua equipe, sintomas que podem sugerir a presença da depressão como, por exemplo, tristeza constante, angústia diária, desânimo sem causa aparente, crises de choro, pessimismo recorrente, ansiedade exagerada, medos injustificados, insônias, baixa na autoestima e pensamentos de morte. No entanto, tenha em mente que somente um profissional médico pode elaborar um diagnóstico definitivo.

 

Em paralelo, cuidar do ambiente profissional da sua empresa pode evitar que o percentual estatístico dessa doença chamada depressão aumente. Seguem algumas dicas úteis para serem colocadas em prática, visando a sua saúde e do seu ambiente de trabalho:

 

• Cultive um ambiente transparente onde gestores e colegas demonstrem empatia para ouvir e para falar o que sentem

 

• Adote metas alcançáveis e prazos realistas para todos os setores e profissionais

 

• Conceda autonomia para decidir dentro das alçadas de cada um. Profissionais vigiados sentem-se pressionados e adoecem

 

• Torne conhecidos os objetivos e defina claramente os papéis de todos

 

• Limite as jornadas de trabalho para que não sejam ultrapassadas como norma, mas apenas como exceção

 

• Ofereça desafios estimulantes e jamais opressores

O pensamento disruptivo pode destacar você

 

Quando se fala em pensamento disruptivo, muitas pessoas imaginam que ele está relacionado à invenção de algo absolutamente inédito ou à descoberta de alguma coisa jamais vista anteriormente por outros olhos humanos.

 

Essa definição equivocada pode parecer apenas um desconhecimento do termo, mas é mais preocupante do que isso. Ela interfere diretamente nas suas atitudes dentro da empresa e frente dos desafios que a sua profissão lhe proporciona diariamente.

 

De acordo com Clayton M. Christensen, professor da Universidade de Harvard e criador da Teoria da Inovação Disruptiva, ela acontece quando algo transforma um produto ou um serviço oferecido ao mercado, de forma a incorporar a eles três características fundamentais: simplicidade, conveniência e acessibilidade.

 

É mais fácil entender com um exemplo concreto: o Uber revolucionou o mercado de transporte público, sem inventar nada absolutamente novo. Ele apenas reuniu tecnologias já disponíveis e colocou-as a serviço da população de forma simples, conveniente e acessível a todos.

 

Agora analise a utilização que você faz das soluções tecnológicas ao alcance das suas mãos. Você utiliza 100% dos recursos oferecidos pelo seu celular? Sabe realizar o cálculo de juros compostos e desenhar mapas no Excel? Desenvolve apresentações com efeitos especiais no Power Point? Conhece todas as facilidades da sua smart TV?

 

Alguns especialistas afirmam que os usuários não utilizam mais do que 10% de todas as alternativas que os dispositivos digitais podem oferecer.

 

Talvez você utilize mais. No entanto, é provável que não tenha o hábito de pensar de forma disruptiva sobre o seu dia-a-dia no trabalho, procurando enxergar nos processos rotineiros aplicações mais simplificadas, convenientes e acessíveis a todos.

 

Imagine como sua carreira pode deslanchar dentro da empresa, a partir do seu hábito de pensar diferente as mesmas coisas: produtos, serviços, atendimento, pós-venda, relacionamentos e muito mais.

 

Não se trata de criar um novo produto, mas como torná-lo mais barato e com novas utilidades para o consumidor. Não é preciso pensar em uma tecnologia diferente, mas como utilizar a que existe de maneira diferenciada, com simplicidade e maior conveniência.

 

Para raciocinar e agir de forma disruptiva o caminho é razoavelmente simples. Faça constantemente uma pergunta a você: “Existe uma maneira melhor para fazer isso?”

 

Já pensou nisso antes? Pois então comece a pensar agora para se destacar na profissão e facilitar a sua vida cotidiana.

Decida sua vida antes que outros o façam

 

Há vários anos, o escritor e futurologista norte-americano, Alvim Tofler, fez uma afirmação provocante: "ou você tem uma estratégia, ou é parte da estratégia de alguém".

 

Esta reflexão vale para os negócios e para a vida pessoal. Você tem uma estratégia para o seu futuro? Pelo menos sabe onde quer chegar, quem vai se tornar e o que representa felicidade para você?

 

Boa parte das pessoas nunca parou para pensar nessas questões e entrega seus destinos ao absoluto acaso. Quer você planeje os próximos anos ou não, certamente algumas coisas acontecerão, mas talvez não as que você gostaria, da forma como poderia e nem na velocidade mais adequada.

 

Sabe porque? Não decidir nada já é decidir. E as consequências serão inteiramente suas, quer sejam positivas ou negativas. Portanto, que tal começar a pensar na vida que você quer ter e estabelecer como vai chegar lá?

Segundo os coachs de carreira, o que mais impacta nossa vida são os comportamentos que assumimos de forma sistemática e não aqueles que adotamos esporádica e intempestivamente. As ações costumeiras, que fazemos por hábito e por comodismo, trazem mais consequências negativas do que positivas para o futuro.

 

Este processo é comandado por um poder que todos temos, mas nem sempre assumimos de forma consciente: a decisão. A todo instante nos vemos diante de decisões que são tomadas hoje e interferem diretamente no que nos acontecerá daqui algum tempo.

 

Os momentos de maior solidão do ser humano são exatamente aqueles em que é necessário assumir uma decisão. Você pode se aconselhar com muitas pessoas, mas decidir não se pode delegar a ninguém e sobrecai apenas em nossas costas. Por isso tanta gente transfere para outros a decisão que deveriam tomar.

 

Assuma a responsabilidade que você tem com a própria vida e o seu futuro, decidindo o que é necessário todos os dias. Mas lembre-se: há duas maneiras para decidir o que quer que seja: por convicção ou por medo.

 

Quando somos orientados pelo medo, por exemplo de perder o emprego, de romper um relacionamento, de desagradar um amigo ou desapontar o gestor, não temos estrutura emocional para lidar com eventuais prejuízos provocados pela nossa escolha.

 

No entanto, quando a decisão é baseada na convicção de que você está fazendo o melhor para você e para sua vida, ainda que as consequências sejam negativas, seu poder interno estará preservado para dar a volta por cima, planejar novos caminhos e seguir adiante.

 

Pense nisso e decida com convicção. Certamente você chegará mais facilmente aos objetivos que você traçar para a sua felicidade pessoal e profissional.